Acredito na tecnologia, e não
vejo mais nenhuma forma de ensinar sem utilizá-la. Em um levantamento em sala de
aula, quase 80% de meus alunos tem acesso a internet. Eles passam cerca de 6
horas/dia em facebook e jogos on line. Eles dominam a maior parte dos recursos
oferecido e o mais interessante é que a grande maioria adquiriu o conhecimento
da ferramenta sozinho, em tutoriais, sem a presença de um professor. São
autodidatas. Entretanto, ao verificar o que mais acessam, percebi que há um mal
uso da ferramenta e pouco aproveitamento dela em processos de aprendizagem.
Passam horas no facebook, escrevendo por "monossilábos", em sua maioria
abreviados em dialéto típico do internetês, o qual o autodidata, também aprende
praticamente sozinho. Percebo que não há mais como o educador não interagir e
não interferir nesse processo de linguagem.
O maior probloma é como?
Criar blogs conduz a assuntos
específicos. Isso é muito louvável, quando temos um aluno que realmente gosta de
escrever, ou já tem habilidade para linguagem escrita, mas creio que nosso
grande desafio seja conduzi-los a escrever corretamente, demonstrando suas
habilidades e despertando sua curiosidade para gêneros diversos, mais maduros,
ampliados, que envolvam pesquisas e leituras prévias antes de sua produção
final. Temo ter dificuldade ou relutância na adesão desse processo,
principalmente pelo perfil do alunado brasileiro. Tenho experiência de um aluno
de uma escola particular em que leciono, que tem um blog, onde posta crônicas,
paixão descoberta nas aulas de redação pela qual sou responsável, mais ele é 1
entre 500.
Sabemos da tendência do
educador em aderir as ferramentas informatizadas, em aprender a utilizá-las para
alcaçar seu público alvo, bem como ser essa, a forma mais fácil e econômica,
para não dizer barata, a vista dos governantes, para que ao interferir nessa
ferramenta, ou agregar seus alunos em um blog tutoriado por você, que o
professor seja também responsável pela produção destes, de tal forma que sua
aula, continue após o horário previsto, gratuitamente, já que trabalharemos na
sala de aula e posterior a isso.
A ideia, a princípio é
boa.
A ferramenta seria utilizada
corretamente, na hipótese de termos adesão de nossos alunos. Eles continuariam
sendo acompanhados em produções escritas, orientadas e corrigidas por seus
professores/mediadores. Nessa linha de raciocínio teríamos uma melhora
significativa na linguagem escrita e na aquisição de proficiência em diversos
gêneros, além de multiplas leituras.
Por outro lado há uma questão
trabalhista, que invade o horário privado, exigindo revisão de carga horária,
por se tratar de mais uma tarefa extra delegada ao docente.
Tudo isso seria
imensuravelmente válido, se esse trabalho pudesse ser desenvolvido e
acompanhado durante as aulas de Língua Portuguesa, dentro da escola, onde
pudéssemos abolir a utilização do papel, nos tornar corretamente ecológicos e
exercitar a ferramenta informatizada, durante o processo de aprendizagem, dentro
do horário de nossas aulas.
Nós, professores, somos muito
parecidos com antenas parabólicas, nós captamos, nos informamos, adaptamos e
transmitimos conhecimento, desde que, respeitem também nossos
direitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário