segunda-feira, 10 de junho de 2013

Depoimentos

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Depoimentos sobre experiências com a palavra escrita.

Depoimento: Jane Rúbia

Minha experiência com a leitura iniciou-se muito cedo, pois fui alfabetizada por meus pais em casa e, ao iniciar a pré-escola, já sabia ler tudo o que encontrava pela frente; isso poderia ser muito bom, mas também me causou um pequeno trauma: quando tinha 6 anos, fomos festejar o Natal na casa de um tio, e toda família estava lá. Minha tia Lourdes era professora primária e resolveu deixar os presentes (etiquetados) de todas as crianças expostos perto da árvore de natal, eu, muito danada, resolvi dar uma olhadinha em tudo e tive a desagradável supresa de descobrir, antes da hora, qual seria o meu presente, pois li escancarado na etiqueta "Jane"; na hora da entrega, fingi que não tinha visto nada, mas no fundo fiquei decepcionada. Ainda bem que esse pequeno trauma não afetou meu gosto pela leitura e nem pela escrita, continuei a ler de tudo que encontrava: os livros dos meus tios (que pegava escondido muitas vezes) - adora a coleção Vagalume (quando já estava maiorzinha) e sempre tive apoio dos meus pais e dos professores para fazer minhas redações.
Um momento interessante ocorreu na quinta série quando fiz uma redação na aula de Português: era a primeira do ano e, como eu adora ser elogiada pelos textos que escrevia, decidi impressionar a professora usando um vocabulário mais refinado, escrevi: "uma das piores virtudes do ser humano ...", achei que ia arrasar, adorava palavras novas que achava no dicionário, mas não me lembrei do significado de virtude; minha professora, no dia da devolutiva dos textos, veio até minha mesa, elogiou a redação, mas disse "Jane, só teve um probleminha: virtude é uma coisa boa, então na frase você deveria ter usado outra palavra". Hoje aproveito esse exemplo para dizer a meus alunos que nossa escrita não precisa ser rebuscada para ser eficiente e bonita e penso que isso ajuda a desmistificar um pouco o ato de escrever."

terça-feira, 23 de abril de 2013

Depoimentos sobre experiências com a palavra escrita.

Depoimento: Ednaldo Torres
 
Não tive o privilégio de crescer rodeado de livros. Fui alfabetizado depois dos 7 anos. Naquela época não havia incentivo do Governo para as séries iniciais, como hoje, e o contato que tive foi somente com os livros didáticos. Meus pais não cursaram mais que a 3ª série primária, meus tios e avós também não sabiam mais que assinar o nome. Mesmo assim, e com toda dificuldade financeira, sempre “forçaram-me” a estudar.
Lembro-me que, da segunda série em diante, em todos os eventos da escola, eu já era o orador oficial da turma. Adorava ler. Nunca gostei de Matemática, e não via a hora de começar as aulas de “Comunicação e Expressão” para fazer a leitura do texto. Só eu queria ler.
As histórias que me lembro são as do Sitio do Picapau Amarelo. Todas às tardes estava eu na frente da televisão (em preto e branco) para viver aqueles, que para mim, eram momentos mágicos. Por isso, gosto muito de Monteiro Lobato! Tenho certeza que ele fez a diferença na vida de muitas crianças.
Nos livros didáticos conheci o Negrinho do Pastoreio, mula sem cabeça e caipora. Morria de medo de encontrá-los nos cercados quando ia à casa da minha avó.
Entretanto, depois do primário perdi, não sei como, o gosto pela leitura. Aliás, não gostava mesmo de ler.
O que fez a diferença na minha vida foi, no curso de Letras, a minha professora de Didática, que um dia disse: “Vocês precisam ter o hábito de leitura, se não gostam de ler, precisam aprender. Comecem lendo uma página por dia”. Segui o seu conselho e nunca mais parei. Como disse a nossa colega Jeanny: “É por isso tudo que ler e escrever é uma questão de hábito, oportunidade e objetividade. Ou seja, um vaivém em nossas vidas!”
Lembro-me também, de todas as professoras da 1ª a 4ª série, inclusive, quando retornei a minha terra natal, Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, fiz questão de visitá-las e agradecer-lhes. Vocês não imaginam o quanto foi emocionante esse reencontro!!

domingo, 21 de abril de 2013

Depoimentos sobre experiências com a palavra escrita.

Depoimento: Mônica Lima

Nasci e cresci em São Paulo, mais precisamente no bairro de Vila Granada. Meus pais trabalhavam juntos num pequeno comércio da família e devido à correria em que viviam, não me recordo de ter tido o privilégio de ter alguém que lesse histórias para mim. Contudo, o meu encantamento e admiração se concentravam numa banca de jornais e revistas que ficava bem em frente ao trabalho de meus pais. As capas dos gibis e das revistas chamavam tanto a minha atenção que eu passava o dia chorando e implorando para minha mãe comprar. Logo entrei no “Pré-primário”  e era lá que eu realmente era criança. O melhor momento do dia era a hora da leitura, em que a professora Maria Eliza contava historinhas para nós. Eu tinha um fascínio por contos e sonhava com aqueles palácios, aqueles príncipes que eram descritos com tantas minúcias pela professora.  Quando fui para o primeiro ano, tudo que eu mais queria era aprender a ler , e assim que aprendi eu lia histórias para meus irmãos. Minha veia de professora já se sobressaía ali, de tal forma, que meu irmão caçula aprendeu a ler comigo, pois tudo que eu aprendia na escola, eu ensinava para ele. Meu contato com a literatura se deu somente a partir da 5ª série, com a indicação de livros paradidáticos. Passei a ler todas as indicações e fui além, tomando um gosto, especialmente pelos nossos clássicos. De nossa inesquecível Capitu ao maldito amor proibido de Riobaldo por Diadorim, nunca mais me separei da leitura que atualmente se concentra mais em temas pedagógicos, e o que mais me envaidece é ter influenciado meu querido irmão que também é professor.

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